A forte alta das taxas de juros nos EUA

out 24, 2023 | Economila

Entenda os motivos da alta e as consequências para os preços de ativos.

Taxa de Treasury de 10 anos bate 5% pela primeira vez desde 2007

Fonte: Bloomberg

O aperto nas condições financeiras no mercado internacional decorre de uma série de fatores…

Manutenção da postura hawkish do Federal Reserve diante de uma economia resiliente.

O conflito armado entre Hamas e Israel acentuou a percepção do risco global, mas moderou o tom dos diretores do BC norte-americano.

Embora não seja prevista nova elevação de juros, atualmente entre 5,25% e 5,50%, não é previsto corte tão cedo devido a dados econômicos ainda fortes. Ou seja, juros elevados por período prolongado.

2° A forte expansão fiscal após a pandemia gerou déficits historicamente elevados nos EUA.

A trajetória da dívida pública norte-americana retomou aos níveis da Segunda Guerra Mundial.

O governo não deu sinais de que pretende inverter essa trajetória no curto prazo, portanto, é natural que os investidores demandem retornos maiores para remunerar o risco inerente desse contexto fiscal.

3° Elevação da oferta de Treasuries

O Tesouro americano terá que emitir mais títulos para financiar o grande déficit fiscal, no momento que o Federal Reserve está reduzindo seu balanço patrimonial, vendendo os títulos adquiridos na pandemia.

Além disso, a China – uma das maiores detentoras de Treasuries – fez a maior venda em quatro anos. Pequim tomou essa medida visando controlar a desvalorização do yuan.

Os preços dos títulos caíram e as taxas subiram diante essa dinâmica.

A consequência nos mercados…

Enquanto o mercado de títulos não se estabilizar, será muito difícil ver a estabilização dos outros mercados, o que seguirá influenciando negativamente a performance de ativos de risco.

O dólar deverá continuar forte em relação a outras moedas, mantendo um ambiente mais desafiador para ativos emergentes.

Grandes investidores nos EUA reverteram as apostas contra os Treasuries longos, diante do argumento de que há “demasiado risco no mundo” para ficar vendido nos títulos de mais longo prazo.

Conteúdo feito por Camila Abdelmalack, Economista-Chefe da Veedha.

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